Aconteceu na Pirâmide do Parque do Povo, o ‘Arraiá da Saúde Mental’. O evento visa reunir os usuários, familiares e equipes técnicas dos Serviços de Saúde Mental de Campina Grande para apresentarem número musical, dança das fitas, casamento matuto e quadrilha junina.
De acordo com Lívia Sales, psicóloga e coordenadora municipal de saúde mental, o evento é um momento muito importante de inclusão social. Ela falou que o momento na Pirâmide do Parque do Povo é a culminância de um projeto que eles fazem o ano inteiro, pois as coreografias e as roupas são confeccionadas durante as oficinas terapêuticas.
“É um momento de muita valorização, porque a gente sabe que a saúde mental tem muito estigma ainda. Então, quando a gente tira a saúde mental dos serviços e traz para as ruas, para essa pirâmide tão bonita, mostramos para todo mundo que a saúde mental é sim acessível e para todos nós”, afirmou.
A primeira-dama da cidade, Juliana Figueiredo Cunha Lima, também participou do evento. Ela informou que ficou muito feliz em ver a animação de todos os presentes na pirâmide e parabenizou os profissionais da saúde mental. “Hoje é dia de aproveitar, dançar e ser feliz. O São João é acessível”, finalizou.
As apresentações
Muitos espectadores esperando o momento das apresentações, ouvindo o tradicional forró junino, embalado pelo ‘Trio Brasileiro’. Um deles era Viviane Karen, 35 anos, que foi acompanhar Marina, 16 anos. Viviane falou que acha importante juntar a regionalidade das festas juninas com a pauta da saúde mental.
“É o momento deles brincarem e se divertirem. Esse espaço é para todo mundo, afinal o parque é do povo”, disse.
Já Marina, que foi para dançar, falou que ama forró, pois nasceu e junho. Ela disse que nesta sexta-feira (16) vai comemorar duas vezes, pois vai dançar quadrilha no mês do aniversário dela.
“Eu espero ver muito forró, mas muito forró, pois eu amo São João”, disse com os olhos brilhando.
A primeira apresentação foi a dança das fitas, do Capzinho Internação Precoce, as crianças e responsáveis dançaram, de forma sincronizado, segurando um balão colorido, envolvido por fitas. O balão rodava e subia, literalmente como uma dança.
Já a segunda apresentação, foi a do Caps AD, eles apresentaram um casamenteiro matuto que foi finalizando com uma grande quadrilha e ciranda de roda. A primeira-dama, Juliana, também participou da quadrilha como dançarina.
Por fim, a apresentação da ‘quadrilha da alegria’, composto por tantos pares que preencheu toda a Pirâmide do Parque do Povo. O público foi tomado por uma alegria sinestésica. Os pares passavam com sorrisos largos. Era mais que uma dança, era um momento de celebração.
A poetisa e cordelista, Anne Karolynne, que participou da marcação da quadrilha e fez a declamação de um poema, antes das apresentações, falou que o evento mostra na prática a inclusão social.
“Esse evento fala sobre a inclusão social que a gente tanto luta, na área de saúde mental. Sobre políticas públicas que a gente vem há anos lutando, como, por exemplo, a reforma psiquiátrica, em prol da ressocialização dessas pessoas que outrora foram tão excluídas”, afirmou.
Ela, ainda, ressaltou que esse é um momento deles mostrarem a sua arte, pois são cidadãos como qualquer outro. “Isso pra gente é muito gratificante”, finalizou.
Acessibilidade
A empresa responsável pela execução do Maior São João do Mundo, Arte Produções, leva acessibilidade a sério e, pensando nisso, construiu na Pirâmide do Parque do Povo uma área voltada para pessoas que fazem a utilização de cadeira de rodas.
Redação/Carla Borba/Foto: João Alfredo Motta