
A COP30 no Brasil, que prometia ser um marco na agenda climática global, encerrou-se em meio a um turbilhão de controtes e controvérsias, com um saldo que oscilou entre o festivo e o frustrante.
A conferência “terminou pegando fogo” em diversos sentidos. De um lado, a efervescência cultural foi marcante: muito carimbó e uma representação indígena intensa, que culminou em uma curiosa cena de “índios pegando participantes”, numa visível, e talvez forçada, misigenação que juntou representantes de mais de 200 países e poucos chefes de estado. No entanto, o calor da festa não mascarou a crise interna, marcada por desentendimentos e a insólita denúncia de falta de pagamento dos atores (os “bichos humanos” do evento), além de relatos de protestos e até um incidente de incêndio.
O acordo final foi alcançado em meio a sérias preocupações. A fragilidade do roteiro para a eliminação dos combustíveis fósseis e a crônica falta de financiamento global continuam a ser os calcanhares de Aquiles. Embora os países tenham apoiado um novo acelerador de implementação e planos de transição justa, os compromissos de financiamento se mostraram limitados e as decisões tardias levantam dúvidas sobre a celeridade do progresso real na ação climática.
No fim das contas, a COP30 brasileira seguiu o antigo ditado: “o mato abriu e o mato fechou”. Houve movimento, houve visibilidade, mas a percepção geral é que pouco de bom avançou de forma concreta. O palco foi grande, a performance, caótica, e o resultado, ainda inconclusivo.
Redação Plenarioemfoco
