
O Brasil, com sua vasta extensão territorial e população gigantesca, é frequentemente comparado a outras nações de alta densidade demográfica, mas insiste em trilhar um caminho que o distingue de forma peculiar. A bandeira carrega o lema “Ordem e Progresso”, um ideal que, na prática, parece estar sendo reinterpretado sob a ótica de uma crescente dominação de minorias — e não apenas aquelas baseadas em características sociais ou étnicas, mas sim as de poder e influência.
A premissa democrática sugere que a maioria decide. Contudo, o que se observa é um mecanismo sutil onde a vontade popular expressa nas urnas, o voto que confere a confiança, é frequentemente renegociada e moldada nas casas legislativas e nos bastidores do poder. Não se trata de uma conspiração universal, mas o percentual de representantes que priorizam a agenda de grupos específicos, muitas vezes com influência estrangeira e alta capacidade de lobby, parece estar em ascensão. O estilo “estiloso do estado” – uma alusão a uma elite que se auto-representa como a vanguarda do progresso – impõe uma agenda que nem sempre reflete as necessidades e aspirações da grande massa brasileira.
A preocupação se aprofunda ao considerar o que poderia ser o futuro desta nação. O risco de o Brasil se tornar um país “dominado”, onde o povo, a maioria, se vê cada vez mais refém de tecnologias controladoras e programas sociais que, embora necessários, podem se tornar instrumentos de dependência. Em tal cenário, a profissão mais rendosa e influente passa a ser, inegavelmente, a que reside nas esferas política, legislativa e judiciária. Esta classe de poder dita as regras, independente do seu grau de instrução formal.
Alarmante é o declínio da qualidade educacional nas instituições de ensino superior e fundamental. Há um sentimento crescente de que a “moda” é a ausência de essência instruída, onde o título acadêmico perde valor e a capacidade crítica é sacrificada em nome de conveniências ideológicas ou facilidades imediatas. Se a educação, base de qualquer progresso sustentável, é enfraquecida, o campo fica aberto para a manipulação e para o domínio de quem detém o controle dos recursos e das leis.
O Brasil precisa confrontar esta realidade antes que o lema de sua bandeira se torne uma ironia histórica, onde a Ordem serve apenas para manter a estrutura de poder vigente e o Progresso se limita ao avanço particular de uma minoria influente. A vigilância e o resgate da soberania popular e intelectual são urgentes para evitar uma nação de “olho puxado”, não no sentido étnico, mas sim no de uma sociedade permanentemente curvada ao interesse de poucos.
Redação