
As casas legislativas, de qualquer tamanho, enfrentam um desafio crescente: a desconfiança e o distanciamento da população. Em vez de atuarem como fiscais, legisladores e representantes diretos do povo, muitos parlamentares parecem mais preocupados em usar a tribuna para criticar ou aplaudir o poder executivo, muitas vezes em benefício próprio. Essa postura, que lamentavelmente se tornou comum, ignora o verdadeiro propósito do cargo.
É tempo de mudar. A solução passa pela criação de frentes parlamentares suprapartidárias. Esses grupos, formados por vereadores de diferentes partidos, teriam a missão de debater, sugerir e criar soluções conjuntas. A ideia é simples e poderosa: em vez de chorar sobre o leite derramado, os parlamentares se unem para ouvir a população, entender os desafios e construir alternativas por meio de leis e requerimentos.
A fiscalização é fundamental, mas precisa ser feita com responsabilidade. Antes de criticar uma ação do executivo, por que não buscar o diálogo e entender os fatos? A união em torno da busca pela melhor solução é o que o cidadão espera. Chega de usar os erros — ou até mesmo os acertos — da administração pública para ganhar vantagem política.
O voto que o eleitor confia a um candidato não é um cheque em branco para interesses pessoais. Ele é uma ferramenta para construir uma sociedade mais justa e eficiente. É hora de o “parlamentar mirim” deixar de mirar apenas o executivo. É hora de ser mais representativo e honesto e usar o cargo, um dos mais bem remunerados, para servir de fato à população, e não a si mesmo.
Redação plenarioenfoco